QUIZ – Qual sua hipótese e tratamento para esse caso?
Masculino, 32 anos, previamente hígido, procura atendimento em unidade de emergência com queixa de dor epigástrica de forte intensidade há 6 dias, associada à intolerância alimentar, sem melhora com pantoprazol e outras medicações sintomáticas. Nega náuseas e vômitos. Nega alteração do habito intestinal e emagrecimento. Refere febre e calafrios há 2 dias, e uso recente de corticosteróide para tratamento de sinusopatia.
Tomografia de abdômen evidencia espessamento da parede gástrica, sem outros achados.
Achados da endoscopia digestiva alta:
Realizadas biópsias gástricas. Anátomo-patológico:
– Lâmina própria com vasos congestos, exuberante infiltrado inflamatório neutrofílico formando abscessos confluentes em fovéolas e edema.
– Presença de neovascularização no córion adjacente à área de erosão, com exocitose de eosinófilos.
– Ausência de bacilos morfologicamente compatíveis com H. pylori. Ausência de sinais de malignidade no material examinado.
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Pode ser classificada em primária ou secundária. A gastrite flegmonosa primária é usualmente idiopática e ocorre após dano da parede gástrica devido a trauma. O tipo secundário é associado a infecção de órgãos adjacentes ou após procedimentos endoscópicos, como dissecção endoscópica submucosa (ESD). O mecanismo de infecção pode ser por via hematogênica, linfogênica ou através de disseminação local de infecção em órgão adjacente à parede gástrica.
Fatores de risco são: imunodeficiência, carcinoma gástrico, procedimento endoscópico prévio, doença oncológica, desnutrição e uso crônico de corticosteróides. Entretanto, aproximadamente 50% dos casos descritos na literatura são de pacientes previamente hígidos, sem comorbidades.
Os sinais e sintomas são inespecíficos (dor abdominal intensa, intolerância alimentar, febre e calafrios), devendo ser considerado no diagnóstico diferencial de abdômen agudo.
A ultrassonografia, TC de abdômen ou ultrassom endoscópico são úteis na investigação diagnóstica, revelando o espessamento da parede gástrica e decartando outras patologias agudas. A endoscopia demonstra a presença de edema e eritema da mucosa gástrica com descarga fibrinopurulenta, e permite a realização de biópsias para o diagnóstico definitivo. A histologia revela uma inflamação aguda da submucosa com formação de abcessos. A biópsia também permite isolar o patógeno, além de fazer o diagnóstico diferencial com outras entidades, como carcinoma gástrico, linfoma MALT e tumor carcinóide.
A incidência desta patologia vem diminuindo devido aos avanços da antibioticoterapia. É fundamental o uso de antibióticos o mais precoce possível, e considerar cirurgia em casos refratários ou na presença de complicações.
O paciente em questão foi tratado com antibiótico de amplo espectro, com melhora importante após sete dias da antibioticoterapia. Endoscopia de controle evidenciou melhora do eritema, ausência de descarga fibrinopurulenta e biópsias sem evidências de abcessos.
Referências bibliográficas:
Miller AI, et al. Phlegmonous gastritis. Gastroenterology. 1975 Feb;68(2):231-8.