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Ruptura de anel de bariátrica com balão de acalásia

por Ivan R B Orso
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Vídeos Endoscopia Bariátrica e Exame Ruptura de anel de bariátrica com balão de acalásia

Uma das técnicas mais utilizadas de cirurgia bariátrica é a derivação gástrica em Y-de-Roux. Fobi  e Capella, associaram a esse procedimento um anel restringindo a saída da câmara gástrica funcionante, acentuando a eficiência na perda de peso a longo prazo. Porém, estudos posteriores demonstraram que o anel causa complicações de 1 a 20% dos pacientes que vão desde episgastralgia com disfagia e vômitos, até deslizamento do anel e erosão para o lúmen gástrico. Essas complicações fizeram com que grande parte dos cirurgiões abandonassem o seu uso.

Atualmente, o endoscopista se depara com certa frequência com complicações de anéis colocados em cirurgias antigas. A disfagia com vômitos frequentes é uma delas. Nestes pacientes a conduta costuma ser a remoção cirúrgica do anel, mas existe uma opção endoscópica que pode ser realizada.

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Dilatação realizada com balão pneumático de acalásia de 30 mm e fio guia hidrofílico.


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8 Comentários

Leonardo Sales 28/05/2016 - 7:29 am

Olá, Ivan.

Parabéns pelo vídeo.. realmente bem ilustrativo!
Tem feito uso dessa técnica na alça jejunal? Para ruptura de anel deslizado, por exemplo?
Como tem sido seus resultados e complicações?

Abraço.

Ivan R B Orso 28/05/2016 - 9:28 am

Olá Leonardo, obrigado pelo comentário. Esta técnica pode sim ser utilizada em anéis deslizados causando obstrução da via de saída do pouch. Até o momento não tive nenhuma perfuração mas confesso que quando o anel está localizado mais para o lado do delgado do que do estômago eu fico mais preocupado. Só utilizo esta técnica sob acompanhamento radiológico. Além disso, se o anel não rompe com o balão de 30 mm chegando próximo dos 10-11 PSI eu também não forço mais do que isso. Outra coisa importante é conversar bem com o paciente sobre o risco e benefício do procedimento. Se houver alguma complicação, o que é raro, poderá ser necessária uma abordagem cirúrgica, porém, a outra opção é ir direto para a cirurgia…

Rubem Knecht 08/09/2015 - 11:05 am

Tive um paciente com anel intraluminar em que a tesoura por não estar bem AMOLADA não conseguia cortar o anel. O precidimento foi completado pela uso do Plasma de Argonio que concluiu a secção e remoção do anel.

wellina 08/06/2015 - 11:37 pm

Boa noite ..meu anel está partido.. fiz a seriografia .. vomito mt o que devo fazer??? e realmente necessario tira-lo???

Ivan R B Orso 29/04/2015 - 11:46 pm

Vinícius, seu primeiro questionamento é muito pertinente. Por que alguns pacientes mesmo com anéis mais justos não tem sintomas disfágicos e outros com anéis mais largos apresentam sintomas que comprometem bastante a qualidade de vida? Na minha opinião é uma associação entre um distúrbio funcional (redução da motilidade do reservatório gástrico fazendo com que mesmo a restrição causada pelo anel com calibre adequado já leve à sintomas significativos) associada à erro alimentar (o paciente que come rápido e sem mastigar). Estes pacientes após a ruptura ou remoção cirúrgica do anel tendem a ter uma melhora significativa dos sintomas. Porém, costumam reganhar bastante peso.
Em relação às complicações, até o momento não tive nenhuma perfuração. O único evento adverso que tive foi um anel que não rompeu com a dilatação, necessitando remoção laparoscópica posterior. Na maioria dos casos também não chego à pressão máxima do balão, geralmente o anel costuma romper próximo de 10 PSI. Acompanho pela fluoroscopia e dilato até o anel ceder.
Tem um artigo publicado na Gastrointestinal Endoscopy com uma série de 39 casos onde esta técnica foi aplicada sem nenhum caso de perfuração (Gastrointest Endosc. 2010 Jul;72(1):44-9. doi: 10.1016/j.gie.2010.01.057).

Vinicius 29/04/2015 - 11:15 pm

Olá Ivan. Belo registro. Fiquei com duas dúvidas:
1 – O aspecto endoscópico inicial demonstra uma luz bastante pérvea comparada a de alguns anéis..isso não fala mais a favor de uma alteração funcional do que anatômica?
2 – A dilatação da extremidade distal do balao até 30 mm não pode acarretar perfuração da alça jejunal? Jã teve algum caso?

Renzo 29/04/2015 - 11:47 am

Bem ilustrativo !!!! Ivan, essa técnica só se aplica quando a mucosa que recobre o anel está íntegra ou pode ser utilizada quando há extrusão do anel ???

Ivan Orso 29/04/2015 - 7:05 pm

Renzo, utilizo a ruptura do anel com balão de acalásia apenas em pacientes bastante sintomáticos, com vômitos frequentes, disfagia importante devido à presença do anel e somente nos casos onde NÃO há extrusão para a luz gástrica. Nos casos com extrusão, prefiro a remoção endoscópica. Costumo aguardar até pelo menos 50 % do anel ficar exposto e então secciono com tesoura ou rompo o fio com pinça dente de rato para depois tracionar e remover o anel.

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